A resposta é NÃO! O líquido que drenamos na hora da drenagem, demora um tempo para percorrer todo o seu percurso até ser eliminado através da urina.
Além disso, nosso linfangion, que é a unidade contrátil do SL, contrai de 6 a 7 vezes por minuto. O sistema linfático é lento, bem lento.
Então, clientes, não se apavorem se não forem ao banheiro logo após a sessão de DLM.
E vocês, profissionais, agora já sabem como funciona não é?
A drenagem linfática manual é apenas mais um recurso que utilizamos em um PO.
Logo nos primeiros dias de PO, o sistema linfático superficial está lesionado e ainda não responde normalmente como deveria.
O que não significa que não podemos lançar mão de outros recursos para estimularmos o SL profundo, né?
Vale lembrar que o diafragma é nosso músculo drenante, então exercícios respiratórios são bem-vindos.
A linfoangiogênese acontece entre o 12º e 15º dia de PO, ou seja, somente após este período, o SL superficial que foi lesionado na cirurgia, volta a funcionar perfeitamente.
O que acontece, é que para que a drenagem manual funcione, precisa haver a tração da pele, para que os filamentos de ancoragem contraiam e o diâmetro do vaso inicial seja aumentado.
Então, é preciso ter um atrito com a pele!
Nós podemos usar creme sim, desde que este creme não seja muito oleoso e escorregadio, para que você possa manter a tração tissular.
Entenderam? O uso de óleo eu não recomendo, justamente por deixar a pele escorregadia.
Sabe por que?
Porque ao alongarmos, nós tracionamos a pele, e com isso provocamos a contração dos filamentos de ancoragem, aumentando assim o diâmetro do vaso inicial, lá no espaço intersticial, facilitando a entrada de líquido e grandes moléculas.
Gostaram? Vão associar os alongamentos às manobras de drenagem a partir de hoje? Espero que sim!
Mas para isso é preciso que o obstetra libere!
Na gestação, as mulheres retém muito líquido e o principal motivo é o aumento da progesterona.
Este inchaço, acaba desencadeando outros problemas, como cansaço e peso nas pernas, aí a a gestante acaba andando menos, provocando a diminuição da ação da bomba muscular, aumentando a estase venosa em membros inferiores e gerando mais inchaço ainda.
Um círculo vicioso se instala.
A DLM então, é muito bem-vinda, sendo realizada de maneira responsável e por profissionais capacitados.
Todas as vezes que inspiramos, acontece uma pressão negativa na cavidade abdominal, que funciona como uma força de sucção da linfa.
É como se esta força “puxasse” a linfa pela frente.
Sabendo disso, podemos dizer que a respiração e os exercícios respiratórios são auxiliares potentes da hora da drenagem linfática manual. O diafragma é nosso músculo “drenante”, podemos assim dizer!
Gostaram da dica? Estou entregando ouro para vocês, hein?
Não poderia ser diferente. Escrevo tudo aqui para vocês com muito amor, retribuindo todo amor que vocês me dão!
Até hoje muitas pessoas acham que drenagem linfática manual emagrece e propagam esta informação, mas deixa eu contar uma coisa à vocês: NÃO EMAGRECE!
O emagrecimento está relacionado com a perda da gordura, por alguma das 3 vias, lipólise, apoptose ou necrose. A DLM não provoca nenhum destes efeitos quando é realizada.
A DLM auxilia no processo de emagrecimento sim, pois aumenta a oxigenação dos tecidos e consequentemente, o metabolismo celular. Mas, emagrecer, exige mais do que isto.
Profissionais, vamos estudar mais, para levarmos cada vez mais verdade aos nossos clientes/pacientes, entregar resultados reais, dentro do que é possível.
E você, não acredite em tudo o que te contarem sem questionar. Pergunte tudo! Pergunte ao profissional, a explicação fisiológica de tudo o que ele está fazendo em você.
As metástases acontecem quando a células cancerígenas soltam-se do tumor original e migram para outros lugares, através da corrente sanguínea ou linfática.
Acontece que, as nossas contrações musculares, a nossa respiração e os nossos batimentos cardíacos, já estimulam o sistema linfático 24h por dia e isto ocorre independente da nossa vontade, não é mesmo?
Então, não podemos dizer que a drenagem linfática manual não provocaria uma metástase, já que qualquer célula que caia na corrente sanguínea ou linfática irá migrar de qualquer maneira.
A DLM faz parte, inclusive, de tratamentos paliativos para paciente com câncer.
Mesmo sabendo que a DLM não provoca metástases (já temos artigos sobre isso), é preciso que o oncologista libere o paciente para que ele possa realizar a técnica, além de escolher um profissional capacitado para exercer tal função com responsabilidade.
DLM não é uma receita de bolo, existem as suas particularidades para cada indivíduo que devem ser respeitadas.
Os vasos linfáticos são muito sensíveis e frágeis e qualquer manobra mais forte ou de torção, faz com que eles sejam fechados e aí a drenagem não acontece.
Muitas pessoas tem dúvida de como seria esta pressão de até 40mm/hg e a minha dica é:
Pegue um esfigmomanômetro (aparelho de medir pressão), coloque em você e insufle até 40. Com isso, você terá uma noção da pressão que pode ser exercida.
Se você não tem um esfigmo, a minha dica de ouro é: Não aperte o seu cliente/paciente, apenas encoste as suas mãos e faça as manobras!
Acredito que vocês tenham vistos, diversos atletas olímpicos falando sobre o que eles fazem para se recuperar após as competições e a DLM está entre esses recursos.
Mas, você sabe por que?
Segundo o grande Mestre Leduc, atletas de alta performance, sofrem lesões linfáticas nas articulações que recebem grandes impactos.
Este impacto, com consequente lesão linfática, irão provocar um edema linfático secundário e com ele as suas complicações: dor, desconforto, peso, dificuldade de movimento e por aí vai.
Os atletas, principalmente em tempos de competição, não tem tempo para esperar este edema sair naturalmente e precisam da drenagem linfática manual, para acelerar este processo.
